Uma amiga dizia-me há uns tempos que é preciso convivermos com outras realidades para termos ?termo de comparação? e percebermos as diferenças. Ela referia-se a algo em particular, mas a conversa pode e deve ser generalizada. É engraçado que quando estamos demasiado tempo fechados dentro de um determinado circulo, dificilmente conseguimos ver para além dele. Porque aquela é a nossa realidade, a nossa bolha, o nosso pequeno mundo. Se por um lado isso nos faz sentir seguros, por outro é limitador e não nos permite crescer ou conhecer mundo.
Quando me permiti abrir mão dessa segurança, percebi que há realidades que me servem muito melhor. Coisas, pessoas e sentimentos que me ajudam a ser melhor pessoa, a querer mais de mim e a ser mais para os outros. Percebi que a há muito mais para receber, fazer, ver e sentir do que aquilo que eu estava a receber, a ver, a fazer e a sentir. Quando nos permitimos deixar ir algumas coisas que damos como garantidas, percebemos que elas nunca nos foram garantidas. E percebemos que nunca podemos sentir falta de uma coisa que na verdade nunca tivemos. 
Ao deixar entrar essas novas realidades e alargar os nossos horizontes tornamo-nos na verdade mais exigentes e fazemos escolhas mais acertadas porque temos mais conhecimento.É sempre mais fácil deixar ir as coisas que percebemos que: ou nunca nos serviram ou já não nos servem. Principalmente quando a realidade nos permite conhecer e reconhecer aquilo que nos faz cresc...